Alquimistas, Adeptos , assopradores, invejosos, caridosos, etc.
Alquimista é toda pessoa que, ciente dos princípios da ciência hermética, apoiado nos ensinamentos dos m estres consagrados , trabalha em laboratório, buscando realizar a Grande Obra.
Os alquimistas também são denominados filósofos químicos ou simplesmente filósofos e a Alquimia também é conhecida com o Filosofia, Arte ou Ciência Hermética e Agricultura Celeste.
Os Adeptos (semprecom A maiúsculo) correspondem aos alquimistas que realizaram a Grande Obra, isto é, obtiveram a Pedra Filosofal.
Os assopradores, ou simplesmente sopradores, são aqueles que, desconhecendo os princípios alquímicos , buscam a Pedra Filosofal através de procedimentos aleatórios , utilizando materiais diversos . Seu nome provem dos auxiliares dos alquimistas , que acionavam os foles dos fornos , para avivar o fogo.
Os amorosos da ciência são pessoas que estudam Alquimia e conhecem os princípios da ciência hermética, porém não trabalhavam em laboratório buscando a Pedra Filosofal.
A tradição alquímica impõem restrições à sua divulgação, de modo que seus textos são escritos de forma velada e simbólica, a fim de desnortear e confundir os profanos .
Os autores conhecidos com o invejosos ou ciosos da ciência, são aqueles que escrevem de modo enganoso, descrevendo de modo errado algum as operações , alterando os dados , procurando confundir e desnortear totalmente os iniciantes .
Os autores conhecidos com o caridosos, são aqueles que, apesar de manterem as reservas impostas pela tradição alquímica, procuram ser o mais claro possível, evitando as informações enganosas .
O Adepto Irineu Filaleto, por exemplo, é extremam ente caridoso, em determinadas fases do trabalho alquímico, porém acrescenta operações falsas entre as verdadeiras . Este procedimento foi criticado pelo Adepto contemporâneo Fulcanelli:
Lendo seu Introitus, não se distingue corte algum ; somente, falsas manipulações ocupam a falta das verdadeiras. Preenchem as lacunas de tal sorte que um as e outras se encadeiam e ligam sem deixar rasto de artifício. Tal agilidade torna impossível ao profano a tarefa de separar o trigo do joio, o mau do bom , o erro da verdade. Precisam os apenas de afirmar quanto reprovam os semelhantes abusos, que não são, a despeito da regra, senão mistificações disfarçadas. A cabala e o simbolismo oferecem recursos suficientes para exprimir o que só deve ser compreendido por um pequeno número; consideramos, por outro lado, preferível o mutismo à mentira mais
habilmente apresentada.
É importante salientar que, na Idade Média, haviam vários mestres , dos quais o iniciante poderia se tornar discípulo. Porém , atualmente, isto não ocorre.
Fulcanelli, o último Adepto conhecido, é extremamente caridoso, não fazendo nenhum a afirmação incorreta em toda a sua obra, o que a torna imprescindível para todo estudioso que pretende aprofundar-s e na Alquimia.
Este Adepto, cujo nome verdadeiro permanece incógnito, publicou duas obras monumentais sobre Alquimia, nas quais encontramos , basicamente, todos os seus princípios .
A primeira, intitulada O Mistério das catedrais (Le Mystère des Cathédrales), publicada em 1964. Trata do simbolismo alquímico contido nas catedrais góticas , construídas na Idade Média.
A segunda, intitulada As Mansões Filosofais (Les Dem eures Philosophales), publicada em 1965. Trata do simbolismo alquímico contido em antigas mansões .
Eugéne Canseliet, seu discípulo, afirma:
Fulcanelli levou o pormenor da prática bem mais longe que outro qualquer, num a intenção de caridade para com os trabalhadores, seus irmãos, e para os ajudar a vencer essas causas fatigantes de paragens. O seu método é diferente do empregado pelos seus predecessores; consiste em descrever minuciosamente todas as operações da Obra, depois de a ter dividido em vários fragmentos. Toma assim cada um a das fases do trabalho, começa a explicá-la num capítulo para a continuar num outro, e terminá-la por fim mais adiante. Essa fragmentação, que transforma o Magistério num jogo de paciência filosófico, não pode assustar o investigador instruído, mas depressa desencoraja o profano, incapaz de se orientar nesse labirinto doutro gênero e inapto a restabelecer a ordem das manipulações.
A Alquimia - R. Roney Ressetti (paginas 27 a 29)
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